ARTE E TERAPIA

Em primeiro lugar é preciso distinguir "Terapia através da Arte" de "Terapia Ocupacional". Apesar de partirem de um ramo comum - a Arte -, têm abrangências diferentes. A primeira está confinada a uma perturbação de caráter psicológico ou clínico, a segunda está relacionada com o equilíbrio dos níveis de stress e ansiedade causados pela vida contemporânea.
A abordagem que se pretende desenvolver aqui centra-se no desenvolvimento pessoal. Na descoberta do interior de cada um, libertando o Ser dos condicionamentos do dia a dia que impedem a felicidade do existir.
Nesta abordagem a arte é sempre secundária. É um meio para. Simplesmente.

Qualquer terapia do EU passa sempre pela (re)descoberta da espiritualidade. Sim. Redescoberta. O espiritual sempre existiu no Homem. Mas a humanidade tem vindo a esquecer-se dela, e consecutivamente, da sua própria interioridade ou essência. E perder a essência é perder todo o fundamento da existência.
Gostava aqui de destacar que “espiritual” nada tem que ver com religião, no sentido de culto ou igreja. Não tem a ver com dogmas e credos, mas sim com uma religação ao interior do Homem, à sua intuição e consciência. Ou seja, ao significado puro e primordial que a própria palavra “religião” inicialmente continha.

Assim, podemos dizer que, no presente caso, a terapia consiste num voltar para dentro, para a consciência interior do homem, mudar o foco da existência: em vez de vivermos para ou com coisas do exterior, deveremos viver partindo do interior.

Esta mudança de paradigma, esta mudança de atitude, pode ser alcançada por meio da meditação (oriental) mas também por meio de uma prática artística. 

Alnirus

 

 
"Cosmic Tree", Rompeschienaa, 2018