O INÍCIO

A todo o amante da Arte dos Mistérios, a primeira questão que se deve colocar é a seguinte: "porquê a Arte"?
E esta é a única questão verdadeiramente importante.
"Porque escolhi eu a Arte como forma de expressão"? Ou melhor ainda: "porque tenho eu de exprimir alguma coisa"?
A Arte é uma forma de expressão. Uma forma de comunicarmos algo que reside em nós e que a precisamos expressar. Não importa porquê. O que interessa é que temos apenas de o fazer.

ESTA É A ÚNICA RESPOSTA QUE PRECISAMOS SABER.

Respondida a primeira questão, coloca-se agora uma outra: "de que forma, de que maneira, vou expressar aquilo que é inexprimível"? Sim, porque aquilo que a arte pretende expressar está para além do explicável, está para além do inteligível.
Toda a arte joga com o intuível e não com o inteligível. A arte não existe para ser entendida. A arte situa-se ao nível da intuição e não da inteligência. Quando se pretende explicar uma obra de arte, estamos a matar essa obra, a destruir aquilo que verdadeiramente ela expressa. Estamos a destruir-lhe o mistério. E sem mistério, não há arte.

Toda a arte nasce de uma necessidade interior. E esta necessidade é inclassificável. Sabe-se que existe, sentimos que existe, mas não a conseguimos verdadeiramente identificar e muito menos caracterizar.
Sendo impossível conter essa necessidade artística de criação, como vou eu expressar essa necessidade? que formas devo usar? que meios?
A própria necessidade traz consigo a resposta. A necessidade é a de pintar, é de escrever, é de dançar, de fotografar, de filmar... aquilo que está dentro de cada um de nós.
E esta é a única razão para verdadeiramente fazermos o que fazemos. 
 
Alnirus

"Conscience Withness", Alnirus 2019
(Serie: 7 Misteries)